"Vou à Bahia porque, se alguém fez o impossível para eu sair do país, foi Dado Galvão. Desde que filmou uma entrevista comigo em Havana, ele tem sido incansável. Mesmo quando me faltava esperança, ele a mantinha" YOANI SÁNCHEZ - FOLHA DE SÃO PAULO

Dissidente em greve de fome em Cuba pode ter complicação renal, diz porta-voz

O dissidente cubano Guillermo Fariñas mostra seu corpo a jornalistas
no último dia 5 em sua casa em Santa Clara. (Foto: AFP)


Médicos aguardam resultados de exames em Guillermo Fariñas.
Segundo o hospital, seu estado é 'grave, mas estável'.

O jornalista dissidente cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome há 16 dias, pode estar sofrendo uma "complicação renal". Ele não urina desde que ingressou, quinta-feira, na unidade de terapia intensiva do hospital de Santa Clara (centro), disse nesta sexta-feira, sua porta-voz, Licet Zamora.

"Fariñas continua em observação, na UTI do hospital provincial 'Arnaldo Milián' , e sua situação nos preocupa, embora os médicos não tenham confirmado a complicação renal", disse Zamora à AFP, por telefone, a partir de Santa Clara, 280 km a leste de Havana.

"Estamos esperando os resultados dos exames realizados, acrescentou.

Fariñas, que realizou mais de 20 greves de fome e esteve preso três vezes por sua atividade opositora, sofreu quinta-feira um choque hipoglicêmico -semelhante ao de 3 de março.

No hospital Milían, a informação é a de que está em estado "grave, mas estável".

A mãe do dissidente, Alicia Hernández, disse à AFP sentir-se "mais tranquila", porque seu filho "está internado, acompanhado por médicos 24 horas", mas lamentou que mantenha "sua posição de continuar" com o protesto, para exigir a libertação de 26 presos políticos cubanos.

"Está consciente, mas sente dores articulares, de cabeça, lombares, e apresenta sintomas de desidratação. Disse-me que se sente esgotado", comentou Hernández, que é enfermeira aposentada.

Fariñas começou o jejum no dia 24 de fevereiro, após a morte do preso político Orlando Zapata, de 42 anos, das consequências de uma greve de fome de dois meses e meio.

Fonte: AFP em Havana/G1 (12/03/10)