A imagem abaixo mostra a decisão judicial com a convocação Amado López para a audiência em 9 de fevereiro. (Clique na figura para visualizar em tamanho maior)

A blogueira dissidente Yoani Sánchez anunciou nesta sexta-feira (3) que o governo de Cuba não autorizou sua viagem para o Brasil para acompanhar a estreia do documentário Conexão Cuba-Honduras, mas ela não é o único destaque do filme que ficará de fora da première. Além de Yoani, o jornalista hondurenho Esdras Amado López também não conseguirá viajar para o Brasil.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (3), Amado López, diretor do programa Así se Informa, do canal 36 de Honduras, afirmou que foi convocado para uma audiência judicial em 9 de fevereiro, um dia antes do lançamento do documentário, que será realizado em Jequié, no interior da Bahia. A audiência é parte de um processo no qual a cooperativa de crédito ELGA acusa, pela terceira vez, Amado López de mentir em uma reportagem de denúncia contra a empresa. Os outros dois processos foram considerados improcedentes. Na reportagem questionada, o jornalista hondurenho afirma que a ELGA fez um investimento milionário que prejudicou seu 80 mil filiados.
No comunicado, Amado López afirma que não é uma coincidência o fato de audiência ter sido convocada para o dia anterior a sua viagem ao Brasil. Ele acusa os setores que promoveram o movimento que derrubou o presidente Manuel Zelaya, em 2009, de manipulação para evitar sua viagem ao Brasil. Amado López está em Conexão Cuba-Honduras justamente por ser personagem de destaque das violações à liberdade de expressão cometidas em Honduras após a deposição de Zelaya.
Para Amado López, Roberto Michelleti, o homem que assumiu o poder em Honduras após a queda de Zelaya e que deixou o poder em 2010, continua influenciando a política hondurenha e agindo como “ditador”
“Não há dúvida de que aqui houve uma notável ingerência no Poder Judiciário por parte do ditador hondurenho Roberto Michelleti Bain”, disse López à imprensa local. (…) Aqui em Honduras todos sabemos que a Justiça responde aos interesses do ditador e não me causa estranheza que ele tenha manobrado para que eu não vá ao Brasil”, disse López depois de sair do tribunal onde foi notificado da audiência que deve assistir em 9 de fevereiro.
Fonte: Revista Época
Canal 36 Honduras