Os dissidentes cubanos Yoani Sánchez e Guillermo Fariñas, detidos nesta quinta pelo regime de Raul Castro
HAVANA — Dois dos nomes mais conhecidos da oposição em Cuba, a blogueira Yoani Sánchez e o dissidente Guillermo Fariñas, foram novamente presos. De acordo com fontes opositoras na ilha, as detenções ocorreram nesta quinta-feira em Havana. No Twitter, o blogueiro pró-governo Yohandry Fontana confirmou as detenções que, segundo ele, ocorreram por “escândalo público e indisciplina social em frente a uma unidade de polícia”.
Yoani e Fariñas foram detidos durante mais
uma onda de prisões de ativistas contrários ao governo do presidente
Raúl Castro. Segundo o blog opositor Café Fuerte, baseado em Miami,
também foram para a prisão o escritor Ángel Santisteban e o blogueiro
Eugenio Leal, além de dissidentes que haviam sido presos durante a
chamada Primavera Negra, quando 75 opositores foram detidos em março de
2003. As detenções também foram confirmadas pela Comissão Cubana de
Direitos Humanos e Reconciliação Nacional e o grupo Damas de Branco.
As
prisões teriam ocorrido depois que dissidentes se juntaram para obter
informações sobre a detenção da advogada Yaremis Flores, ocorrida na
quarta-feira, relatou ao Café Fuerte Ailer González, coordenadora do
site Estado de SATS, mais um da blogosfera opositora em Cuba. Ela, por
sua vez, também estava presa e foi liberada por volta das 15h desta
quinta-feira.
Rota anunciada no Twitter
E
foi por volta desse horário que Yoani usou sua conta no Twitter pela
última vez antes de ser detida. Na mensagem, ela comunicava a soltura de
Ailer González e relatava que estava junto com outros opositores, entre
eles Ángel Santisteban e Eugenio Leal, em busca de informações sobre o
ativista Antonio Rodiles, um dos vários detidos.
“Agora estou a
caminho da Estação de Polícia de Acosta, onde está preso arbitrariamente
o ativista Antonio Rodiles”, escreveu Yoani por volta das 14h desta
quinta-feira.
No dia 4 de outubro, Yoani passou 30 horas detida depois de ser presa em Bayamo,
no leste de Cuba, onde cobriria para o jornal “El País” o julgamento do
espanhol Ángel Carromero, acusado pela morte do ativista Oswaldo Payá
num acidente de carro, em julho. Solta, a blogueira contou ter recusado
comida ou água durante a detenção.